Eventos para ir, mensagens para enviar, projetos para finalizar, presentes para comprar, e a sensação de que estamos na última volta da Fórmula 1. Tudo isso antes mesmo de assistir a minissérie de Senna que chegou na Netflix.
Sem perceber nos vemos engolidos por essa velocidade. E, quando paramos um minuto que seja para pensar a respeito, a pergunta que vem: por que mesmo estou correndo? 🤔 Nem sempre sabemos o porquê estamos nesse ritmo acelerado – muito menos o quanto ele está custando pra gente.
Ao mesmo tempo em que decidi reorganizar minhas prioridades por aqui – começando pelas 20 abas abertas no meu navegador (quem nunca?) – assistir Senna me fez refletir: qual é o preço de viver em alta velocidade o tempo todo? E será que estamos correndo pelo motivo certo?
Te convido a tirar o pé do acelerador por alguns minutos para continuar aqui comigo nessa reflexão e, quem sabe, ajustar o que for preciso para 2025.
Por quê corremos?
Estranho falar isso, mas você já parou para pensar o que está por trás da nossa pressa? E se eu te contar que a correria que vivemos pode não ser sempre sobre o tempo ou os prazos reais, mas sobre um estado mental? Eu demorei a notar isso, mas quando percebi que esse era um padrão de comportamento meu, muita coisa começou a mudar.
Essa pressa que sentimos pode ser resultado de muitas coisas, entre elas a ansiedade e a forte pressão social que existe para chegarmos, atingirmos, mostrarmos, provarmos, sermos (ou seria parecermos?). Mas também de uma dificuldade nossa de estabelecer e priorizar o que realmente importa para nós.
Saber desacelerar não é só uma questão de tempo, é uma questão de escolha – sobre onde colocamos nossa energia e o que estamos dispostos a deixar para trás.
Fazer essas escolhas significa muitas vezes ir contra ao que aprendemos, falar uma língua diferente da maior parte das pessoas ao nosso redor, não jogar o mesmo jogo que os colegas de trabalho estão jogando, enfim, participar de um outro tipo de corrida na vida.
Essa minissérie pode ter despertado para muitas pessoas o exemplo de determinação e resiliência que o campeão deixou para nós. E só aí já teríamos muito para falar sobre essas habilidades essenciais em tempos de mudança e transição. Mas queria aproveitar essa oportunidade para compartilhar alguns outro pontos interessantes que chamaram minha atenção. Mais do que lições, quero despertar questionamentos para te ajudar a encontrar o motivo da sua corrida.
1. Não subestime o que te move
Desde pequeno, o automobilismo fez parte da vida de Ayrton Senna. Ele teve papeis distintos em cada estágio da sua vida – paixão, esporte, trabalho na oficina, piloto – mas de uma forma ou outra sempre esteve lá.
Isso é essência! Isso é reconhecer o que te move! É fazer aquilo que faz nosso coração bater. E que, por isso, te acompanha por toda a sua vida, mesmo que o “como” mude e seja diferente em cada ciclo.
Eu sei que no caso dele a coisa estava meio que óbvia (e o recorte da minissérie faz com que a coisa fique mais óbvia ainda…rs) mas, mesmo que na sua vida não consiga encontrar algo assim, não significa que não existe. Apenas é preciso olhar mais fundo.
Mas, se é tão forte e identitário assim, porque nos desviamos disso? Algumas vezes por falta de consciência outras por escolhas que nós mesmos fizemos por medo, pressão ou conveniência. Independentemente, não tem como fugir, em algum momento começaremos a sentir aquela sensação de “vazio” – sinal de que estamos longe do nosso verdadeiro caminho.
Então, como evitar de se desviar dele? Pergunte a si mesmo: você tem dado espaço para o que realmente te move nessa vida?
2. A insatisfação do lugar errado
Em um momento de sua vida, Senna decide voltar para o Brasil e trabalhar no escritório da empresa de seu pai. Apesar de tentar, ele percebe que aquele não é o lugar certo para ele. Por quê? No fundo, ele sabia que tinha potencial para muito mais.
Quantas vezes você já esteve em um lugar onde precisava se esforçar para conseguir "caber” ali? Quantas vezes já sentiu que você pode muito mais do que hoje você faz no seu trabalho? E isso não significa desmerecer onde você está, o trabalho, o cargo ou a empresa. Não é sobre eles; e sim sobre você!
Para você e a pessoa na qual se transformou, esse lugar ficou pequeno demais, mas para muitos outras pessoas ele ainda pode ser o trabalho ideal.
“O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo. Outras, acho que estou entre elas, aprendem a conviver com ele e o encaram não de forma negativa, mas como um sentimento de autopreservação.”
Ayrton Senna
3. Paixão como combustível
Senna conseguiu transformar sua paixão em sua carreira, o que o levou a conquistas extraordinárias, pois tinha uma motivação intrínseca para perseguir aquele caminho e ser cada dia melhor. Isso faz toda a diferença, principalmente durante a jornada. Quando carregamos essa certeza conosco, fica mais leve enfrentar os desafios e encontrar energia para avançarmos nesse caminho.
Mas o interessante é que a minissérie também traz um contra-ponto de reflexão nesse sentido: até que ponto o trabalho deve tomar conta da vida? Senna foi um exemplo de dedicação total ao esporte, mas isso também trouxe sacrifícios em outras áreas da sua vida. E, no final das contas, o que é mais importante?
Importante lembrar que ele nos deixou aos 34 anos, e quem sabe o que seria da sua vida dali para frente? Será que a carreira deve resumir tudo o que somos? Mais vale correr 10 anos a 300km/h ou 30 anos a 100km/h?
A trajetória de Senna com certeza é inspiradora. Uma pessoa que viveu para e por sua paixão intensamente, mas abre espaço para reflexões que não são somente sobre acelerar, ultrapassar e ganhar. Mas principalmente pausar para reconhecer o que é importante para você nesse ciclo da vida no qual está hoje – e que talvez já foi bem diferente do que pensava e valorizava há anos atrás.
Então, fecho minha reflexão de hoje com a seguinte pergunta:
Será que estamos correndo porque realmente temos um destino claro ou porque não sabemos como parar?
🔍 Quer ir mais a fundo no conteúdo?
Fica aqui o trailer da minissérie da Netflix para você conferir se ainda não assistiu. Recomendo!
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Até a próxima semana!