Sobre o tempo que voa, a rotina que engole e o novo que pode mudar isso
Com uma pitada da neurociência para "esticar" o tempo
Você já parou para pensar em como o tempo é precioso? E, ao mesmo tempo, implacável?
Vemos os dias passarem, anos voarem, e a gente, muitas vezes, se perde em meio à intensa rotina, às mil preocupações e infinitas tarefas... E, quando se dá conta, tudo – ou melhor – a vida passou.
E claro que nenhum de nós aqui gosta de se ver nessa situação frequentemente. Mas será que existe alguma forma de muda isso? Há como usarmos o tempo a nosso favor, em vez de deixá-lo escorrer por entre os dedos?
Fica por aqui para conferir o que encontrei e minha reflexão sobre…
"Aproveite cada instante, porque o tempo não volta. O que volta é a vontade de voltar no tempo." (autor desconhecido)
Photo by Kevin Ku on Unsplash
A percepção subjetiva do tempo
Quem já não teve a sensação de que o tempo está voando? Ou, em outros momentos, de que ele está se arrastando?
Como diz o ditado: "Uma hora nem sempre parece uma hora." E a neurociência comprova: nossa percepção do tempo não é linear. Ela não segue um ritmo constante e objetivo, como o tique-taque de um relógio. Pelo contrário: ela é subjetiva e influenciada por uma série de fatores.
Em outras palavras: se você espera que algo seja chato e demorado, é muito provável que você tenha a sensação de que o tempo passou mais devagar. Por outro lado, se você espera que algo seja prazeroso e envolvente, a tendência é que o tempo voe.
Uma hora no consultório do dentista não parece uma hora. Uma hora em uma atividade que você ama, voa.
Uma pesquisa da Universidade de Manchester mostrou que a expectativa que temos em relação a uma experiência influencia diretamente a forma como percebemos o tempo que ela durou.
E não é só a expectativa. Mas a novidade também tem um papel fundamental. Por isso mesmo fazer as atividades rotineiras nos dão a sensação de que o tempo corre, enquanto que viajar para um lugar completamente diferente nos dá a sensação de que o dia rendeu.
Isso acontece porque o nosso cérebro registra e processa experiências novas de forma diferente. É como se ele tirasse muito mais fotos dos momentos marcantes, e menos fotos dos momentos repetitivos e sem graça. É o que a Dra. Darya Frank em seus estudos chama de "novelty effect” ou "efeito novidade".
A armadilha da rotina
Você já se perdeu completamente no seu caminho para o trabalho, voltando à consciência quando chegou? Isso é resultado da rotina - o contrário da novidade.
Se por um lado a rotina facilita nossa vida economizando energia em diversas ações que rapidamente se tornam um hábito, por outro ela é a principal culpada pela passagem rápida do tempo. É como se os hábitos fossem a menor experiência de novidade que podemos ter, o que resulta em um tempo percebido extremamente rápido.
E o mundo do trabalho não está isento dessa realidade. A gente muitas vezes cai na armadilha da rotina, se acostuma com o "mais do mesmo", o "piloto automático", o trabalho que já não nos desafia mais. E aí, o tempo passa... e a gente fica com aquela sensação de que não está vivendo de verdade, de que está desperdiçando o nosso tempo.
Por isso a importância de encontrarmos um trabalho que nos coloque em estado de fluxo, que nos engaje e nos motive.
"Quando a rotina se instala, o tempo parece acelerar. Mas, quando nos abrimos ao novo, a vida ganha outra dimensão.
Pequenas doses de novidade
Mas e enquanto essa transição para esse trabalho não acontece? Pequenas pílulas de novidade no seu dia a dia podem fazer toda a diferença. Quer tal experimentar?
Mude a rota: experimente um caminho diferente para o trabalho, explore um novo bairro da sua cidade.
Visite um novo lugar: talvez um museu ou café que você nunca foi?
Leia sobre temas inusitados: explore assuntos que despertem a sua curiosidade, mesmo que não tenham relação direta com o seu trabalho.
Use novas ferramentas: teste um novo aplicativo de produtividade, uma nova técnica de organização ou uma nova forma de fazer uma tarefa que você já faz há anos.
Essas pequenas mudanças não só auxiliam na sua relação com o tempo, mas também estimulam o cérebro e despertam a criatividade. E, quem sabe, elas podem até te inspirar a dar o primeiro passo em direção àquela transição que você tanto deseja?!
Mas, e se a gente escolhesse viver de forma mais consciente?
Esse é o convite profundo proposto pelo Programa de Transição de Vida & Trabalho.
Uma oportunidade para você se abrir a viver o novo, fazer diferente e sair do piloto automático. Mas, mais que isso, a fazer escolhas mais conscientes ao se atentar ao que sua história de vida te revela sobre o que te move.
Que tal embarcar nessa? Clique aqui para se inscrever.
Antes de me despedir, gostaria de trazer aqui a sabedoria cantada por Gilberto Gil em uma de suas músicas na qual ele fala sobre ampliar a nossa consciência por meio do tempo:
“Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei”
Gilberto Gil
Até a próxima edição!
Adorei 🤩
Adoro as reflexões sobre o tempo e a conexão sobre o trabalho.
Gosto de texto que sai com a sensação de quero mais ou ainda: vamos falar mais ?
Cheguei a gravar 2 episódios sobre.
Compartilhando um deles.
https://open.spotify.com/episode/2TAh7e7qYtZhrcGNiw9PBJ?si=AQP5Fp4aRSKyH3P-DO4S0w