Ontem foi Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino e tenho muitos motivos para comemorar, a começar pelo pedacinho da minha história pessoal estar conectada com a natureza empreendedora. Mas também por ver como as mulheres têm avançado no cenário global e nacional.
Os dados mostram que em 2023 as mulheres chegaram a representar 40% do número mundial de empreendedores - atingindo mais de 12 milhões - e no Brasil, apesar da estimativa estar um pouco abaixo disso, o Sebrae registra que já somos 10 milhões entre os mais de 30 milhões de empreendedores brasileiros.
No entanto, ainda há muito espaço para crescimento e meu objetivo aqui é trazer à tona alguns motivos que podem estar paralisando pessoas de seguir por suas jornadas empreendedoras. E se você não se encaixa no público feminino, não tem problema, pode continuar por aqui pois o conteúdo vai muito além de genêro. 😉
Apesar de estudos mostrarem os inúmeros fatores econômicos vantajosos para o empreendedorismo continuar crescendo, eu gostaria de trazer uma perspectiva diferente do assunto por aqui: oportunidades – ou barreiras – para o surgimento de novos empreendedores estão dentro de cada um de nós.
O que me faz acreditar nisso? Um questionamento comum entre as pessoas, principalmente mulheres que chegam até mim:
Será que empreender é para mim?
Assim como em qualquer área, no mundo do empreendedorismo também encontramos algumas ideias que não necessariamente representam a realidade. Muitas delas foram construídas com base em uma visão da atividade empreendedora de anos atrás, mas que já não representa o que é o empreendedorismo hoje em dia.
Empreender não é algo exclusivo. Mas então quais os principais motivos que levam as pessoas a ainda se questionarem sobre isso?
1. O estereótipo do empreendedor
Ser empreendedor é muito mais do que a imagem do CEO rico e famoso. Alguns podem ter objetivos como esse e conseguirão atingí-los. No entanto, ao escolher embarcar em uma jornada empreendedora você não precisa necessariamente buscar tais resultados.
Na verdade, os próprios estudos já mostram diversos outros motivos que levam as pessoas a começarem um negócio próprio – e inclusive ressalta o quanto os motivadores femininos são bem diferentes do restante.
Segundo o World Bank, entre os maiores motivadores para as mulheres decidirem empreender estão:
autoempoderamento,
flexibilidade,
status na comunidade,
satisfação e
balanço entre vida pessoal e trabalho.
Ao olhar para esses motivadores, você verá que eles não representam muito bem a imagem do empreendedor bilionário ali acima.
É preciso entendermos que empreender está muito além de gerar riqueza. Tem muito mais a ver com construir um legado, impactar positivamente a comunidade que o rodeia, criar oportunidades no, buscar melhor flexibilidade e balanço na vida.
2. Empreender não é dom
Ninguém nasce empreendedor, mas sim se forma ao longo do caminho. Ter a responsabilidade de dar vida a sua visão de mundo e transformar isso em um negócio próprio exige muito esforço e determinação, pois envolve, entre inúmeras outras atividades, o desenvolvimento de determinadas habilidades. E aqui estamos falando não somente daquelas técnicas e específicas do mercado no qual se pretende atuar, mas principalmente habilidades que envolvem comportamento e atitude – como aprendizado contínuo, mindset aberto, flexibilidade, agilidade e adaptabilidede entre outras – que levam mais tempo para serem desenvolvidas.
Empreender pode ser para qualquer um, mas não para todos.
Portanto, qualquer pessoa pode desenvolver tais habilidades, mas é uma escolha nem sempre de todos caminhar por essa estrada.
3. Empreender exige muito dinheiro
O fator financeiro é uma barreiras comumente levantadas pelas pessoas quando se trata de empreendedorismo. A errônea ideia de que todo negócio precisa de muito dinheiro para começar causa isso.
Não há fórmula única para empreender! Existem diversos empreendimentos e mais milhões de maneiras diferentes de se desenvolver e construir um negócio.
A máxima “comece com o que você tem" cabe muito bem aqui.
Se for conhecimento, aplique-o!
Se for experiência, use-a!
Se for pessoas, traga-as a bordo!
No começo, é muito mais sobre fazer, aprender e encontrar esse modelo que funciona para você do que já querer começar dando grande passos sem ao menos entender qual é o caminho que faz sentido perseguir. E lembre-se: o que funcionou para o outro pode não funcionar para você.
💥Pílulas de inspiração sobre o tema?
🖥 Para assistir:
A minha participação no connect Cast do Sebrae explorando as competências para o mundo do empreendedorismo.
Reportagem da Jovem Pan que saiu do forno sobre o panorama do empreendedorismo feminino.