Quiet Quitting: a ponta de um iceberg?
O que o surgimento de um movimento de demissão ou desistência passiva nos diz? Não podemos falar sobre ineditismo, pois sua raiz - a insatisfação com o trabalho - já existe há tempos.
O que desperta a atenção aqui é o fato de escancararmos um assunto que muito tempo vem sido camuflado por uma sociedade que se acostumou a ter o emprego dirigindo suas vidas.
Em tempos nos quais a Organização Mundial da Saúde nomeou o stress como a epidemia do século XXI e as pesquisas, cuja mais recente divulgada pela McKinsey, revelam que quase 50% dos profissionais se dizem atingidos pelo burnout, já passou da hora de falarmos abertamente sobre isso.
Pessoas se cansaram de dar o sangue.
Pessoas estão exaustas de vestir a camisa.
Quantos milhões de pessoas ainda precisam adoecer por depressão, ansiedade e burnout?
Mas então, o que leva pessoas a chegarem ao estágio de demonstrar isso publicamente? Uma palavra define: limite! Depois do intenso ciclo que a pandemia trouxe para nossas vidas em todos os sentidos, é hora de girarmos o compasso ao encontro de um balanço mais saudável nessa relação com o nosso emprego, que por durante muito tempo dominou as nossas vidas.
Pessoas tomando consciência de que um crachá não determina o valor que elas têm como pessoas. Elas estão se conscientizando que um emprego não as define.
Ouço cada vez mais pessoas refletindo não sobre o papel do trabalho que OCUPA nossa vida, mas o SIGNIFICADO que ele tem para nós.
Um novo paradigma que vem para curar feridas de uma sociedade que buscou por tempos se provar por meio de empregos e cargos. Uma revisão de valores e prioridades começa a despontar nesse iceberg chamado realização.
E aí, o que ainda falta para você sair em busca do trabalho que te realiza? E se posso te adiantar algo, ele não existe na prateleira. Quem sabe isso não te impulsiona a começar logo a criá-lo.