A essa altura você já deve ter ouvido diversas vezes a frase: "não se compare tanto assim". Apesar disso, você se vê constantemente caindo nesse ciclo de comparação, e muitas vezes se sentindo pequeno demais para fazer a transição que deseja, quando reconhecer seu valor seria essencial.
Calma! Primeiro, gostaria que você entendesse que não é o único e isso não surgiu do nada em você. Essa é uma armadilha que nos pega desde cedo. Mas, uma hora precisamos tirar essa pedra do nosso caminho. Então, continua a leitura aqui para entender como romper com esse ciclo e trilhar o seu próprio caminho.
Photo by Vanesa Giaconi on Unsplash
A comparação nos acompanha ao longo da vida
Se você ainda não reparou, desde muito cedo passamos a ser reféns dessa armadilha da comparação em nossas vidas. Quando crianças somos comparados com o irmão ou irmãzinha. E queremos provar ser o melhor filho para nossos pais.
Na escola somos comparados com o coleguinha. E passamos a querer mostrar para a professora que somos o melhor aluno. Talvez o vestibular seja a prova viva dessa comparação estampada não só nas listas mas em nossas caras.
Crescemos, mudamos de ambiente e a comparação muda de roupa também. No ambiente de trabalho, passamos a ser comparados com os colegas novamente. E agora precisamos mostrar aos gestores que somos os melhores no que fazemos e, por isso, merecemos os melhores salários e promoções.
Uma mentalidade que vem anos acompanhando por boa parte de nossas vidas. Mas, se sempre esteve conosco, porque só agora parece que seu impacto tem aumentado?
Se antes você tinha uma certa quantidade limitada de pessoas às quais tinha acesso a informações para se comparar, imagine que esse número só se multiplicou e essa dinâmica se tornou mais frequente com seu fácil acesso a isso na tela do seu celular por meio das mídias sociais.
“Comparar é criar sua própria imagem distorcida no espelho.”
Afinal, comparar-se é de todo ruim?
Vivemos em sociedade e é natural que busquemos referências para direcionar nossas escolhas, nossa atuação e nosso caminho. Sendo assim, observar o outro e buscar referência e inspiração é positivo. Isso faz parte do nosso processo de desenvolvimento e aprendizado.
O problema começa quando transformamos essa referência em um julgamento de valor e a comparação acaba não tendo nenhuma intenção de desenvolvimento ou evolução.
Essa distorção te leva para um caminho sem saída:
Baixa autoestima: você se sente inferior, incapaz de alcançar o que deseja.
Ansiedade e depressão: a constante comparação te deixa ansioso, deprimido e sem motivação.
Falta de foco: Você perde o foco dos seus próprios objetivos, se preocupando demais com o que os outros estão fazendo.
Então, como quebrar esse ciclo?
Primeiro, vale a pena entendermos as alavancas que alimentam isso em nós:
Nos comparamos com os outros para vermos o quão melhores somos.
Fazemos isso pois no fundo queremos ser reconhecidos como "melhores” pelos outros.
Parte desse reconhecimento é uma recompensa, seja ela qual for: uma pura massagem do ego ou até mesmo um incentivo monetário.
Você pode ser acionado por uma mais do que as outras, mas em menor ou maior grau todas elas estão presentes e conectadas.
Um exercício valioso de se fazer aqui é entender quando esse comportamento começou a aparecer com mais frequência em sua vida. Dos exemplos dados acima, quais deles você consegue detectar mais presente em sua história?
Agora que você já sabe quais são as alavancas, para quebrar esse ciclo é preciso desconstruir cada uma delas. E, por isso, começar pela mudança de mentalidade para que depois isso resulte em novos comportamentos.
Quais as principais mudanças de mentalidade que estamos falando?
Entender que cada pessoa é única e diferente e, por isso, cada um tem o seu valor (veja abaixo como sua história pode te ajudar aqui) te distancia dessa necessidade de tentar encontrar o seu valor se comparado a outro. Se você é laranja e a outra pessoa maçã, não há comparação.
Ao se dar o seu real valor, você diminui essa busca pelo reconhecimento do outro – uma ferida que muita gente carrega e não tendo consciência disso pode passar a vida conquistando muito mas nunca se sentido realizado por isso.
Quando você é capaz de voltar-se para você e encontrar o seu valor e o seu próprio reconhecimento, o tipo de recompensa que você passa a buscar também muda, pois é aquilo que importa para você e pode ser bem diferente do que é recompensador para o seu colega do lado.
Mudar essas alavancas dentro de nós mesmos faz parte do processo de virar a página e começar um novo capítulo em nossas vidas. Isso é base da construção de um novo capítulo que te leve para um caminho de realização.
💥 Pílulas sobre o tema:
🖥 O especialista em neurociências Pedro Calabrez deixa muito clara a diferença entre comparação e inspiração aqui nesse trecho de sua entrevista ao Pânico:
🎧Esse episódio do podcast “Estamos bem?” também fala mais sobre o assunto:
📝Reescrever sua história é uma ferramenta valiosa para encontrar o que de único existe em você e assim redefinir seu caminho seja em qual área da vida for. Quer saber mais? Clique aqui para bater um papo comigo.