De Monalisa a Avatar
A forma como mostramos nossas emoções tem mudado. Mas será que temos evoluído com isso?
Imagens falam mais que mil palavras.
Emoções conectam mais que mil imagens.
Se tem uma imagem que até hoje é palco de discussões sobre o tema emoções, apesar de criada há exatamente 520 anos atrás, é Mona Lisa, pintada por Da Vinci. Tem gente que literalmente passa pelo Louvre somente para olhar bem de pertinho essa valiosa arte.
O mistério por trás do sorriso de Mona Lisa é tão grande que pesquisadores utilizaram um software de reconhecimento facial para decifrar as emoções no rosto dela. A pesquisa chegou à conclusão que Mona Lisa está 83% feliz, 9% enojada, 6% amedrontada e 2% raivosa. Tem lógica isso? Acho que até demais por trás desse software, mas tenho lá minhas dúvidas se Leonardo Da Vinci ou a própria Mona Lisa seriam capazes de confirmar isso.
Rodando o filme uns 480 anos para frente, a tecnologia evoluiu, a nossa comunicação mudou e com ela a forma de mostrar nossas emoções. Eis que surge a primeira forma de expressar essas emoções no mundo virtual: o emoticon (termo inglês dado aos carácteres tipográficos). Um professor da Universidade Carnegie Mellon (EUA), Scott Fahlman, percebendo que o membros da sua comunidade online estavam tendo dificuldades para diferenciar mensagens sérias de mensagens de sarcasmo na plataforma, iniciou o uso do “smile" para melhorar a comunicação entre os pesquisadores.
Mas o que propagou o “smile" foi a iniciativa de Susan Kare alguns anos depois ao trazer o sorriso ao Macintosh. Lembra do ícone ao iniciar o computador? Isso marcou a interação entre humanos e computadores por trazer a emoção pela primeira vez como linguagem. Aliás, li esses dias o post abaixo do Tiago do Tira do Papel falando sobre a Susan Kare e sua humanização para a computação nos anos 80.
E você já achando que esse triunfo era dos emojis…Eles entraram em cena somente depois, mas com certeza foram um novo marco na popularização da comunicação das emoções via símbolos. Até os mais recentes anos, quando os avatares trouxeram além da expressão das emoções, a possibilidade de personificação e personalização dessas emoções.
Tudo isso para conseguirmos expressar com maior facilidade os nossos próprios sentimentos. Contamos com muitos mais recursos hoje em dia e chegamos a usá-los diariamente, mas será que evoluímos com isso?
A vulnerabilidade pode representar um sim ou não
Temos visto com muito mais frequência a discussão sobre o impacto que esconder as emoções pode causar ao ser humano. Nessa onda, a vulnerabilidade entrou em pauta para ajudar as pessoas a se sentirem mais confortáveis colocando à mostra suas emoções sem filtro, medo ou vergonha.
Eu sei bem o que é estar vulnerável e conto um pouquinho dessa experiência no meu livro quando falhei na minha primeira tentativa de empreender. Por isso mesmo, hoje enxergo a vulnerabilidade como uma das habilidades essenciais não somente para os profissionais do futuro, mas qualquer um.
Afinal, para estar vulnerável basta estar vivo sabendo que a qualquer minuto essa situação pode mudar e você não tem controle nenhum sobre ela. Mas talvez você seja daqueles que experienciarão a vulnerabilidade se jogando de cabeça em um relacionamento ou saindo pelado no meio da multidão.
Falar sobre a vulnerabilidade, auxiliar as pessoas a entenderem a importância disso para suas vidas e se mostrar vulnerável são passos dessa construção. No entanto, ver pessoas usando da vulnerabilidade para chamar a atenção da multidão a qualquer custo tem me feito questionar sobre o quanto evoluímos como sociedade no quesito lidar com as emoções.
Estar vulnerável e se mostrar como tal cria empatia? Com certeza! Mas existe uma linha bem tênue entre a empatia e a carência, deixando clara a necessidade do humano de ser visto e aceito por todos. Mais uma vez, a imaturidade da sociedade em lidar com suas próprias emoções.
Estou bem longe de me tornar uma expert, mas a busca por me tornar mais consciente sobre as minhas próprias emoções é uma constante em minha vida. Nesse sentido, a casadinha escrever sobre minhas emoções na escrita matinal diária e fazer terapia tendo que falar sobre elas me faz exercitar o nomear minha emoções e elaborar cada uma delas constantemente.
Isso foi (e ainda continua sendo) essencial para entender barreiras significativas no meu processo de transformação. Você começa a perceber que muitas das nossas barreiras para mudar determinadas situações em nossa vida estão muito mais pautadas em nossa capacidade de lidar com determinadas emoções do que necessariamente a nossa capacidade de fazer acontecer.
Vem participar da roda de leitura viva do meu 📕 "Criadora Sou Protagonista Estou - Uma jornada de inovação humana no palco da vida".