A dose diária para a página em branco
Seria isso o que anda faltando para encarar o novo em sua vida?
É difícil encontrar alguém que não tenha ao menos uma vez na vida encarado uma página em branco em sua história. Até se buscarmos na história da nossa civilização, conseguimos enxergar esses recomeços – uma revolução industrial ou uma guerra por exemplo – em diversos momentos da nossa história como sociedade.
Na nossa vida pessoal, a página em branco vem com a mudança da carreira, um novo relacionamento, uma nova dinâmica com a chegada de um filho ou um novo negócio, ou uma mudança de casa ou país, como é o meu caso nesse momento, aterrizando no 4o País desde o início desse ano.
E de tanto passar por recomeços, hoje os vejo não só como aquele novo que muita gente um dia já desejou ter, mas também como aquele tipo de respiro que todo mundo um dia precisou ou ainda irá precisar em algum momento da vida, seja para respirar novos ares, trazer um colorido a mais para a vida ou se sentir vivo de novo.
Mas se isso se faz tão necessário ou é desejado por tantos, o que bloqueia muitos de nós ao nos depararmos com a página em branco em diferentes circunstâncias das nossas vidas? Tudo depende da forma como encaramos o que está sendo ali colocado a nossa frente.
Para alguns, a página em branco representa um imenso mar de novas e infinitas possibilidades a serem exploradas. Mas para outros ela também pode significar um apagão de tudo o que foi criado e construído até então.
Não enxergar as linhas, não ver o sentido claro para o qual se deve ir, não saber o que é preciso fazer no minuto seguinte. É uma sensação de como se alguém tivesse sumido com o script que você vinha seguindo há tempos. E para quem tudo estava lá pronto, escrito, organizado e até premeditado, encarar a página em branco pode parecer temeroso e arrepiante.
Muitos me perguntam se é preciso preparação prévia para encarar uma nova etapa da vida. Outros se questionam se isso é apenas para uma parte da população. Eu costumo dizer que enxergar a página em branco como excitante ao invés de arrepiante pode ser sim para todo mundo, mas requer um esforço da nossa parte.
Qual tipo de esforço estamos falando aqui? Mais do que uma habilidade para sair do script e se enxergar fora daquela caixa rotineira na qual você se acostumou, encarar o novo requer duas doses diárias:
uma dose de vontade de criar o que não existe;
uma dose de coragem de explorar o inexplorado.
Com isso em mãos, qualquer página em branco pode ser transformada em história.