A ciência e a emoção para ter metas e mudanças realizadas em 2025
E evitar estar entre os 92% das pessoas que desistem de seus planos
Oficialmente hoje é a primeira 2a feira do ano para muitos e, ontem, enquanto me despedia de alguns conhecidos que voltavam para casa, a fala de alguns me lembrou uma sensação muito familiar para mim há anos atrás: "tenho que voltar, né”. O peso de retomar algo quando já não vemos que faz mais sentido para nós.
Esse ano completará 7 anos (nem eu acredito!) que deixei minha carreira no mundo corporativo e mudei minha rota. Desde então, não tive mais a primeira 2a feira nem a última 6a feira do ano; assim como não tenho fim de semana e feriados bem definidos. Uma das coisas que buscava com a mudança era flexibilidade para ter uma dinâmica mais condizente com a vida que queria levar. Ter a possibilidade de trabalhar horas a fio quando sou produtiva, criar nos momentos em que me sinto inspirada, e escolher quando estar On ou Off. Significa 100% de liberdade? Claro que não, mas me dá possibilidades.
No entanto, a principal conquista após minha transição foi reencontrar motivação para fazer o que faço e trocar o peso do "tenho que voltar" para o "quero voltar". Me peguei pensando quantas vezes esse desejo de mudança esteve nas minhas famosas metas de ano novo, mas vi o ano acabar e ela ficar só no papel. E sei que muita gente passa por isso…
Photo by Kelly Sikkema on Unsplas
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Por que falhamos em nossas metas de ano novo?
Quanto das suas metas realmente se tornaram realizações em 2024?
Quantas vezes você já começou um ano cheio de intenções e percebeu que, aos poucos, elas foram meio que ficando de lado?
Segundo um estudo da Universidade de Scranton, nos EUA, 92% das pessoas desistem de suas metas de Ano Novo antes mesmo de chegarmos em março. Isso não acontece porque não somos capazes, por isso relaxa com a culpa por aí.
Quando analisamos as razões mais comuns que nos distanciam das metas, elas estão no fato de:
As metas serem muito genéricas ou irreais para o contexto.
A falta de um plano estruturado para alcançar cada objetivo.
A dificuldade em manter o foco, mas principalmente a motivação ao longo do tempo.
Apesar de todos os motivos acima serem relevantes, vou me ater ao último nesse momento, pois os anteriores é um pouco mais prático identificarmos possíveis soluções – como definir metas claras, atingíveis e traçar um plano com o passo a passo de como atingí-las.
Já quando falamos em motivação a longo prazo, como diziam nossos pais: o buraco é um pouco mais embaixo. Isso fortalece a ideia de que toda mudança exige mais do que uma estratégia: ela requer um desejo ardente e um compromisso real.
Vencendo a empolgação do começo de ano
1o de janeiro: a data favorita de muitos para começar novos planos, projetos, hábitos, novas ações e rotinas. E cientificamente está comprovado que datas como essa podem sim fazer a diferença.
Em seu livro “How to Change: The science of getting from where you are to where you want to be”, a autora Katy Milkman demonstra com dados como as pessoas estão mais propensas a mudar no que ela chama de "fresh start" – datas como começo do ano, mês ou semana, por exemplo. Esse é um padrão já reconhecido pelo nosso cérebro, o que pode ser vantajoso para o nosso comportamento.
O problema que enfrentamos é que, na maior parte das vezes, essa energia de começo não necessariamente continua pelo resto do ano. Por quê será? Um dos fatos é explicado pelo comportamento conhecido como “desconto hiperbólico” que demonstra a nossa tendência de valorizar mais as recompensas imediatas do que as recompensas futuras, mesmo que essas últimas sejam bem maiores.
Quanto mais distante no futuro e mais difícil parece a recompensa, menor o seu valor percebido. Portanto, acabamos por preferir aquilo que nos traz gratificação fácil e instantânea – e já sabemos que mudança não acontece da noite para o dia. Mas não é somente mudanças que são prejudicadas aqui. Tem vários outros exemplos diários nos quais você talvez possa identificar em sua vida cotidiana:
checar seu celular em vez de focar em uma atividade que você precisa de horas para executar e finalizar;
comer uma pizza em vez de ir à academia e perder os quilos extras que pode levar tempo;
comprar algo desnecessário hoje em vez de economizar para as férias.
Então, como sustentar a motivação a longo prazo? Como se manter comprometido com a meta de mudança que você propôs a si mesmo?
Conexão emocional: o segredo para transformar intenções em realizações
A maior diferença entre quem consegue alcançar seus objetivos e quem desiste deles está na conexão emocional com aquilo que se deseja. Quando suas metas estão alinhadas com quem você é, o que você valoriza, e elas representam o seu ritmo e os seus reais sonhos, elas deixam de ser apenas metas para se transformar em um reflexo de quem você está se tornando.
Existem algumas perguntas que costumo usar quando estou no processo de estabelecer metas que ajudam a fortalecer a minha conexão com os objetivos determinados. Elas funcionam como um "double check” naquilo que colocamos para nós mesmos:
Como me sentirei ao atingir essa meta?
O que de fato mudará para mim?
Por que essa meta é importante para mim?
O que ela significa para mim?
Provavelmente você se deparará com palavras e ações menos concretas ao se fazer esses questionamentos, mas que precisam despertar em você alguma sensação nesse sentido para que pensamento, sentimento e ação se alinhem.
Estratégias para seguir em frente, mesmo quando a motivação falhar
Ter conexão emocional não significa deixar de lado o básico quando falamos de planejamento. Levar essas metas para o dia a dia de forma prática sim te ajudará a tirá-las do papel. E algumas práticas – inclusive publicadas no livro de Katy Milkman – podem ajudar a evitar a desistência:
Tenha um sistema de suporte: encontre pessoas com objetivos similares, compartilhe suas metas com um pequeno grupo de pessoas ou faça delas um comprometimento público.
Celebre pequenas vitórias: cada pequena conquista no meio do caminho, por menor que pareça, é um passo importante para te levar ao resultado final.
Planeje por etapas: quebre as grandes metas em objetivos menores, passos compreensíveis e gerenciáveis.
Sobre os pequenos passos, apesar de parecer simples e algo subestimado por muitos, pode reduzir os kms de distância entre você e o que deseja atingir. Sabe aquele lance de fazer hoje 1% diferente e melhor do que você fez ontem? Isso foi o que levou o gerente de investimento americano Stephen Duneier a garantir um recorde mundial no Guinness Book, como ele mesmo conta nesse TED Talk (recomendo super que você assista):
Qual seria o 1% que você fará diferente hoje para te levar a uma nova rota e abandonar para sempre a sensação frustrante de "ter que voltar" para o trabalho?
“A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.” – Albert Einstein
O que você fará hoje em prol da mudança que quer ver amanhã?
Se estiver em busca de guia para transformar seus desejos em uma transição estruturada, me chama que te conto mais sobre o Programa de Transição que vem levando profissionais, após anos de insatisfação, a reencontrarem um trabalho que os faz brilhar os olhos.
Estou preparando algo especial este mês para aqueles que sentem que é hora de mudar e querem começar um novo capítulo em 2025. Quer saber mais? Me mande uma mensagem que te conto os detalhes e como participar!
Até a próxima semana!