4 principais arrependimentos ao fim da vida
E o que podemos aprender com eles
Falar de fim da vida não é um assunto confortável, não é mesmo? Não estamos acostumados a olhar para isso como algo natural, mesmo sendo parte intrínseca da nossa experiência humana. E ao evitar esse tipo de conversa ou pensamento deixamos de aprender com um momento que é muito significativo para qualquer ser humano. Afinal, você já parou para pensar o quanto os maiores arrependimentos que as pessoas têm ao chegar ao fim da vida podem nos ensinar?
Recentemente me deparei com mais uma publicação sobre o assunto que me chamou a atenção ao ver como a maior parte desses arrependimentos têm ligação direta com a transição que falamos por aqui. E, assim como me trouxe uma pausa de reflexão, gostaria de compartilhar isso com você também.
Antes que você pense que o assunto aqui é um pouco “mórbido” demais, deixa eu já te antecipar: falar sobre morte é antes de tudo falar sobre VIDA! Continua por aqui para entender como essas lições podem nos trazer para uma vida mais presente e com muito mais significado e realização.
Crédito: imagem disponível no banco do unsplash
O que os arrependimentos ao final da vida nos ensinam
Uma reportagem recentemente divulgada pela CNBC Make It trouxe em uma entrevista com a Dra. Shoshana Ungerleider, baseada aqui na Califórnia (EUA), os maiores arrependimentos que os pacientes em cuidados paliativos – sua especialidade – relatam em seus últimos dias de vida.
Todos eles nos trazem grandes ensinamentos, mas eu gostaria de colocar a atenção em três deles que estão diretamente relacionados ao nosso tema por aqui, compartilhando questionamentos que podem nos ajudar a refletir sobre cada um:
“Eu deixei o medo controlar minhas decisões e não me arrisquei.”
Todos nós lidamos com o medo de uma forma ou de outra. Ainda mais quando estamos tratando de mudar algo no qual já estamos super acostumados. Mas o quanto esse medo nos mantém presos a uma situação que talvez já não nos satisfaça mais?
E se você experimentasse deixar esse medo de lado: o que você faria agora mesmo com o seu trabalho?"Eu queria ter sido mais corajoso diante das incertezas ou oportunidades."
Admiramos a coragem no outro, mas quando a oportunidade se apresenta para nós por muitas vezes deixamos ela passar. Não conseguimos dar o passo pela dificuldade de visualizar o que realmente acontecerá dali em diante.
E se você tentasse olhar para as incertezas como portas de desenvolvimento: quais oportunidades em seu caminho profissional você tem deixado passar?"Eu trabalhei demais e perdi momentos da vida."
Todos sabemos da grande parcela de tempo que dedicamos ao nosso trabalho. Mas nem por isso deveríamos operar naquele modo esperando o final de semana ou as férias para “viver” de verdade.
E se você encontrasse um fazer que te trouxesse a sensação de “estar vivo” diariamente: como seria ter um trabalho que me traz mais realização e equilíbrio na vida?
Há alguns anos atrás, a australiana Bronnie Ware, também profissional em cuidados paliativos, já havia divulgado em seu livro “The Top Five Regrets of the Dying” que entre os remorsos e arrependimentos que ela mais ouvia das pessoas ao final de suas vidas estava o fato delas não terem feito o suficiente por si mesmas. A grande lição e frase mais ouvida por ela foi:
“Eu queria ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesma, não a vida que os outros esperavam de mim”.
Eu te convido a parar aqui e ler isso de novo. Olha que forte é essa frase e quanto de ensinamento ela carrega!
E isso acontece com muita gente… talvez você tenha deixado de escolher uma faculdade ou carreira porque seus pais acreditavam que era o melhor para você. Ou você pode ter deixado de mudar de cidade ou país para poder ficar perto dos que ama. Você pode ter largado seu sonho de rodar o mundo ou cantar porque colocou o sonho de outras pessoas em primeiro lugar.
Mas como evitar de nos arrependermos?
Isso mais uma vez nos chama a atenção para algo que de uma forma ou de outra já sabemos: a importância de fazer e agir no agora. Mas parece que mesmo sabendo, ainda é difícil colocar em prática, não é?! Como podemos evitar de continuar caindo nesse mesmo “buraco” e nos arrependendo mais tarde?
As circunstâncias na qual estamos nos fazem dar maior ou menor urgência aos fatos, visto o quanto isso “pesa” no momento de nossa partida. Ao final da vida, não temos mais tempo para resolver isso depois.
“Estar próximo do fim da vida é como um empurrão para estar presente, porque é tudo o que você tem”, diz Shoshana Ungerleider.
Portanto, a primeira estratégia é nos relembramos constantemente da brevidade da vida. E, se eu puder contribuir com algo pessoal aqui: esse foi o empurrão que me fez tomar a decisão da minha transição, após passar por episódios nos quais me deparei com a morte de forma muito próxima, como eu relato no primeiro capítulo do meu livro “Criadora Sou Protagonista Estou” (trecho na foto abaixo).
Uma outra estratégia é o próprio conselho dado por Ware: “poupe-se de uma vida inteira de remorso colocando seus interesses e sua felicidade também em primeiro lugar”.
Quando estamos no final da vida ganhamos maior sabedoria e clareza sobre os sonhos não realizados, mas no dia a dia da vida cotidiana acabamos deixando eles na gaveta esperando o momento certo de tirá-los dali.
Quantas vezes já pareceu não ser o momento para fazer tal coisa, talvez até muito cedo e, de repente, virou tarde demais? Não temos hora certa para partir, porque haverá hora certa para mudar? A hora certa não existe, depende de nós criá-la!
Toda vez que escuto “estou velho demais para mudar” – frase clássica entre os profissionais que desejam fazer uma transição (eu mesma ouvi essa frase várias vezes quando decidi fazer a minha transição profissional aos 37 anos) – eu sempre tento compartilhar um pouco do que aprendi nas situações que a vida me trouxe lembrando essas pessoas de que talvez elas pudessem dizer isso ao final de suas vidas, assim como as pessoas que vimos acima, mas não agora.
O agora é o momento que temos para tomar a decisão e fazer uma escolha diferente.
📌 E se bateu a vontade de mudar e começar um novo capítulo agora…
O Programa de Transição de Vida & Trabalho está em nova edição e com inscrições abertas para aqueles que desejam mergulhar em seus sonhos não realizados e desejos não atendidos para esclarecer as incertezas e dúvidas que ainda restam e abrir caminho para as mudanças em suas vidas agora. Quer entender como? Clique aqui para agendar uma conversa comigo.
💥 Pílulas sobre o tema:
🖥️ : Confira a entrevista de Bronnie Ware para o programa de rádio britânico “The Chris Evans Breakfast Show”.
📕: A leitura de “Sobre a brevidade da vida” que é um clássico que reúne lições valiosas do filósofo estoico Sêneca sobre o assunto.
Até a próxima semana!